domingo, 1 de janeiro de 2012

São Silvestre, Fim da Tradição?


Esta foi a minha 27ª participação na São Silvestre, nas edições anteriores a minha disposição para o último evento do ano era feito com entusiasmo e alegria. Alguns anos atrás o objetivo
era melhorar a marca dos anos anteriores e com o passar do tempo se transformou em ajudar os outros a se superarem. Quando fiz a minha inscrição no mês de outubro a minha empolgação estava em alta, pois seria mais uma São Silvestre no meu currículo, mas acima de tudo o direito de participar de um evento tradicional em nossa cidade. Passados alguns dias tive a infeliz notícia na possibilidade da mudança do trajeto. O que foi oficializado no mês seguinte.
Aos poucos, as tradições de um povo são deixadas de lado e isso faz com que a cultura vá sucumbindo e sabemos o que é um povo sem cultura. Interesses econômicos atropelam a história e impõe aquilo que julgam ser o melhor... para eles, é claro!
Levamos 15 minutos para passar pelo tapete da cronometragem e seguimos pelo novo percurso. A falta do público na Major Natanael e imediações me fez recordar a torcida que empurrava os atletas na Consolação, Ipiranga, São João e Elevado Costa e Silva. A São Silvestre não era apenas uma Corrida Internacional, transcendia para uma comoção de alegria por aqueles que
assistiam das calçadas, praças e sacadas de seus apartamentos. Quantos conhecidos não eram encontrados pelo trajeto desejando sorte ao amigo, familiar e até mesmo ao desconhecido atleta?
No final da Pacaembu entramos na Rua Mário de Andrade com direito a uma curva fechada e um cotovelo de 180° para retornar novamente para a Pacaembu. Por que não fizeram a largada em frente da Fundação Caspér Líbero, o idealizador da São Silvestre? Não evitaria esse trecho?
O restante da corrida (trajeto antigo) houve a participação do público, porém diferente aos outros anos e a chuva não foi a desculpa, pois corro há quase três décadas e peguei chuvas
torrenciais (1999) com direito a enxurradas e a torcida não arredou o pé dali.
Um ponto positivo foi a entrega do hidratante em um saquinho próprio para consumo, facilitando o consumo sem desperdício.
Quando cruzamos a Paulista senti uma vontade louca de virar a direita e terminar em frente ao Prédio da Gazeta, porém descemos os últimos 2.500 metros pela Brigadeiro Luis Antônio, trecho íngreme que exige todo o cuidado e onde pudemos constatar alguns atletas com câimbras
e dores pelas pernas, com certeza ali o bicho pegou...
Entramos na Pedro Alvares Cabral com muita chuva e com vontade de dar aquela última


esticada, mas como seria possível se a avenida era mais estreita em relação a Paulista. Cruzamos a linha de chegada correndo, pois o locutor solicitava para continuarmos correndo até
pegarmos a medalha que desta vez foi entregue após a prova. Correr ou escorregar naquele lamaçal? O gramado do Ibirapuera foi destruído, prejuízo para os cofres públicos. Não havia staffs para orientar os atletas em qual sentido ficavam os guarda-volumes; muitos turistas que não conheciam a cidade não sabiam para que lado ficava a Paulista; o trânsito estava horrível
nas imediações e não havia ônibus e taxi para levar os corredores para os seus destinos; o metrô mais próximo estava a aproximadamente 2km dali. O jeito foi retornar para a região da Paulista a pé, passando novamente por um corredor estreito de barro, segurando pelas grades de proteção para não rolar morro abaixo e cair na 23 de Maio. Muitos atletas exigiam respeito pela situação, porém a saga não havia terminado, agora era passar por outro corredor estreito com muitos fios não sei do que e chegar nas proximidades da Abílio Soares. O encanto e satisfação que presenciei nas 26 edições nas quais participei foram diferentes desta, tive a impressão que a
minha, a nossa São Silvestre se transformou em mais uma corrida de rua.
Qual será a próxima mudança? Largada fora da Paulista e no período da manhã? Ou o bom senso prevalecerá e o trajeto tradicional voltará para contemplar os corredores e a população
paulistana?

4 comentários:

Anônimo disse...

Nota 0 para a Yescon por causa do lamaçal q tivemos q enfrentar ao final da prova, por causa da falta de informações ao final da prova, pela falta de transporte pra retornar a Paulista.
Wagner

Anônimo disse...

e verdade!!!!

a organizaçao falhou e mto e acredito q ficou pior ainda por causa da chuva!!!

mta gente ,... começar em um lugra e acabar em outro e sem transporte nao da!!!!

andar na lama para pegar medalha e de la nao ter saida para lugar nenhum tb nao da!!!

aquele prazer de acabar a brigadeiro virar a direita e fechar o ano na avenida paulista nao tem preço e isso foi tirado da gente!!!

realmente nao sei a soluçao , mas aumentar o numero de participantes e acabar no ibira isso eu sei q nao da!!!

tks Wagnao e Duarte pelo prazer e incentivo de correr ao lado d vcs!!!! mais um ano , e esse com direito a lavar a alma no ultimo dia do ano!!!!

Lu , as fotos ficaram mto boas!!!!!

Feliz Ano Novo pra familia LDK!!!
Cris

Anônimo disse...

Este ano nao pude competir, mas pelo que contaram sei lá se vale a pena faze-la este ano......
Feliz 2012 para todos.

Anônimo disse...

Saiu o tempo da SS, Cris e Duarte 1.41.14 e o meu 1.56, ué mas saimos e chegamos juntos, é claro q está errado né ....rssss

Wagner